Saramago


Olá Pessoal :

Infelizmente, o mundo fica mais pobre, a Literatura fica pouco mais vazia... morre José Saramago único Prêmio Nobel em Língua Portuguesa... segue um pequeno texto de um poeta portugues a falar sobre a obra de Saramago...

Atenciosamente,
Prof. Dirlëi A Bonfim.


"ao Saramago não se perdoa ser um português que se atreveu a ganhar o Prêmio Nobel da Literatura e que diz que não acredita em Deus”.


O
poeta Manuel Alegre, sobre tais acontecimentos, declarou: "Isto é uma história portuguesa cheia de preconceitos e fantasmas. Em primeiro lugar é preciso ler o livro de José Saramago. Ele é um grande escritor, mas parece que não se perdoa a Saramago, ser um grande escritor da língua portuguesa, ser um Prémio Nobel e não ser um homem religioso". "Ele escreveu um livro, mas não vejo ninguém discutir o livro. Só vejo discutir as opiniões que com todo o direito ele expressou sobre a Bíblia". Conforme questiona Alegre, "[a]s pessoas podem não estar de acordo com aquilo que ele diz, mas como é que se pode pôr em causa a seriedade de um homem que diz aquilo que pensa". Ele considera tais acontecimentos como "um preconceito" e "resquícios de dogmatismo". "Não lhe podem negar o direito de escrever um livro e também não se pode crucificar o Saramago por exprimir as suas opiniões e menos ainda por ser um grande escritor, e menos ainda por ser um Prémio Nobel". Finalizando, disse que "ao Saramago não se perdoa ser um português que se atreveu a ganhar o Prémio Nobel da Literatura e que diz que não acredita em Deus".[32]

Devido a tais acontecimentos, Saramago chegou até mesmo a propor dois novos direitos à Declaração Universal dos Direitos Humanos: o direito à dissidência e à heresia[23] (que, na verdade, já estão contidos no artigo XVIII de tal carta que expressa que "[t]oda pessoa tem direito à liberdade de pensamento, consciência e religião", e no artigo XIX, também da DUDH, que expressa que "[t]oda pessoa tem direito à liberdade de opinião e expressão", bem como dentro do direito de liberdade religiosa quando expresso na Constituição de um Estado Laico, como é o caso de Portugal e do Brasil, embora muitas pessoas não tenham consciência disso devido a postura da Igreja Católica e da imprensa em tais países - algo que confirma essa afirmação é o facto de um jornalista chegar a declarar, em clara oposição a uma ideia de democracia, que "[s]ó quem acredita que a Bíblia tem alguma relação com a palavra de Deus está habilitado para sobre ela fazer considerações éticas".[33] Claramente, não é necessário acreditar em um "poder ético" daquele livro para poder criticá-lo, basta ter consciência dos seus efeitos sociais, e isso afeta a todos, inclusive quem é ateu como Saramago. Conforme o próprio Saramago declarou, "como não sou inteiramente burro, ganhei muito cedo a consciência do peso da religião na vida humana. E como, depois, quando se entra em leituras históricas e se encontra com o desastre, digamos, do alargamento da influência do cristianismo, que isso custou cidades destruídas, milhares de pessoas mortas, assassinadas, degoladas, queimadas… As Cruzadas foram qualquer coisa que a Igreja devia pedir perdão, além é clara da Inquisição...!"[34]).

0 comentários:

Postar um comentário

Deixe aqui seu parecer sobre esse tema.